Estudo do Banco do Nordeste revelou que o estado teve aumento de 22,6% na produção de leite entre 2023 e 2024
Um estudo realizado pelo Banco do Nordeste (BNB), com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que Sergipe detém o maior crescimento da produção leiteira da região Nordeste. De acordo com o levantamento, em 2023, o estado produziu 107,8 mil litros de leite, enquanto, em 2024, esse valor subiu para 132,2 mil, o que corresponde a um crescimento de 22,6%. Por trás desses números, está o trabalho de milhares de produtores de Sergipe, que contam com o apoio e assistência técnica do Governo do Estado para avançar na produção.
Um dos produtores envolvidos nesse avanço atua no povoado Pau do Cedro, no município de Monte Alegre, no agreste sergipano. Alisson da Costa, mais conhecido como Courinho, atua na cadeia leiteira há cerca de 25 anos e, atualmente, possui sete vacas e faz a ordenha manual. “Produzo 50 litros de leite por dia, da raça girolanda. Com essa produção, sustento minha esposa e minha filha. Também conto com a ajuda de alguns programas do Governo do Estado, como o programa Semente do Futuro, do qual ganhei dez raquetes de palma de qualidade”, detalha o produtor rural, que produz queijo e vende na cidade.
Também em Monte Alegre, outros personagens que contribuíram para que Sergipe se tornasse destaque na produção leiteira foram os membros da família Martins, que possuem 20 vacas, criadas no povoado Baixa Verde. Atualmente, quatro irmãos vivem da atividade e, segundo um deles, Marcelo Martins, o trabalho foi uma herança deixada pelo pai. “Sobrevivemos do que produzimos. Tenho esposa e três filhos. O Governo do Estado traz benefícios, como orientações técnicas, o beneficiamento de inseminação artificial, que já recorremos uma vez e tivemos sete crias por meio dele”, conta.
O irmão dele, Márcio Martins, conhecido como Buru, acrescenta que todos os irmãos trabalham há mais de 20 anos com a produção leiteira, e que esse trabalho tem recebido ajuda da gestão estadual para continuar sendo desenvolvido. “Fazemos, em média, 18 litros de leite por dia, por vaca. Já participamos do programa de Inseminação Artificial e de Sementes do Futuro. Os técnicos da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe [Emdagro] vieram aqui na época da inseminação e aproveitaram para vacinar todos os animais”, recorda o agricultor, que é pai de três filhos.
Assistência especializada
De acordo com o agrônomo Nerton da Penha, lotado na regional de Nossa Senhora da Glória da Emdagro, produtores de Monte Alegre são beneficiados por quatro programas executados pelo Governo do Estado. O ‘Sementes do Futuro’ distribuiu 20 sacas de sementes da palma Ipa Sertânia, que é livre de espinhos e facilita o manejo do produtor. “Ela é multiplicada ano após ano para que o produtor aumente a produção. É uma palma para o futuro, como o programa diz”, declara.
O Programa Mais Genética no Sertão e o Programa Estadual de Melhoramento Genético por Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) são outras maneiras de melhorar o rebanho do produtor. “O sêmen dos melhores touros do país, até de fora, é inseminado nas vacas. Esse produtor terá bezerros mais produtivos, o que aumentará a produção e com genética melhor”, enfatiza o agrônomo.
Um programa permanente é o de vacinação do rebanho. A Emdagro trabalha com a vacinação para brucelose e clostridiose. Já o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) é o documento que garante ao produtor o direito de acessar as políticas públicas do governo. “Principalmente com relação ao crédito, que é uma forma do produtor investir e melhorar a sua produção”, complementa Nerton.
